Sobre minha viagem de férias

William Douglas

William Douglas, Natal de 2013.

Parto, daqui a poucas horas, para 25 dias fora do país, acompanhado apenas de minha esposa e meus filhos. Considero a viagem como consequência direta de três coisas, sobre as quais discorro.

Primeiro, dos esforços de estudo. A viagem é fruto da dedicação, persistência e sacrifício lá de trás. Primeiro, no concurso; depois, do esforço no trabalho. Se você está na fase mais de plantar do que de colher, saiba que o futuro trará viagens deliciosas para quem está "ralando" agora. Não que você não possa curtir um pouco desde já (até deve), mas lá na frente melhora bastante. Compensará a dor e a agonia do agora. Espero que minha viagem inspire você, que agora está estudando, trabalhando, semeando... a seguir em frente com seus projetos. Eles irão frutificar, dar frutos macios e saborosos que serão comidos com sua tribo. Há e pode haver, no meio dessa selva em que vivemos, lugar para paz, vitória, alegria, diversão.

Segundo motivo, há a decisão de viajar. Muita gente pode, e não viaja. Posso dizer do meu caso: sobre passar um mês viajando, os sentimentos são misturados. Uma parte de mim quer ficar e trabalhar nas férias, escrever os livros que querem sair de dentro de mim. Outra aprendeu que é preciso viver, e ser pai e marido sempre, mas algumas vezes de forma mais contundente. Sei que tempo de qualidade é o que fica na alma e que a noção de masculinidade vem do convívio. Minha filha e meus filhos, cada um por seus motivos, precisam de tempo ao lado do pai. Que conheçam o homem que chamam de pai para escolher se é isso que querem ser, ou ter, ou conviver - ou se querem fazer de outro jeito. E há minha esposa, sempre paciente e gentil, que merece que eu seja só dela (e quando sou dos filhos, para ela também conta). E, claro, deverá ter, após dormirem os filhos, aquela hora só dos namorados, amigos, macho e fêmea. Porque se a paternidade e a masculinidade precisam de convívio, também de convívio e tempo de qualidade depende o casamento. Enfim, é preciso investir nos diversos oásis que nós temos, e beber um pouco d"água em cada um deles: trabalho, família, lazer, solitude, amigos e por aí vai. Quero que você saiba que preciso de mais disciplina para descansar do que precisava para me dedicar ao estudo. Eu não sei onde sua disciplina está sendo necessária, mas gostaria que a tivesse para fazer o que é preciso, e na medida saudável: viver, trabalhar, curtir, estudar, trabalhar, refletir, rir, chorar, estar em solitude e buscar sua sintonia equilibrada com aquilo que lhe dá vontade de continuar vivo.

Terceiro motivo, Deus. Sou grato pelo que Ele me proporciona, e seria desonesto excluí-lo desse bom momento, seja a viagem, seja falar dela. Ele me dá vida, família e prosperidade.

Parto, portanto, para me esquecer do mundo por algumas poucas semanas. Quero ser só pai e marido, e sei que isso não será tarefa fácil.

A você, que fica, espero que aproveite os dias que se aproximam da melhor forma que puder. Seja em casa, ou na rua, no estudo ou no lazer, que faça seu dia valer a pena. Estou convencido de que uma parte do dia deve ser para colher os frutos que já estão na árvore, outra parte, para plantar novos pomares para amanhã haver mais frutos ainda. Aprenda a abandonar os frutos que bicharam, a reconhecer os que já tem ao alcance da mão, e, sim, a ir buscar os outros que faltam para encher sua cesta. Mas coma o que já tem.

Como digo no "A última carta do tenente", meu livro predileto, creio que estamos aqui para viver, para três coisas, em resumo: aprender, servir e sentir prazer. Este mês quero fazer isso com a família. A você que se sente só, alerto que às vezes a "família" da gente é o vizinho, ou quem acolhemos ou elegemos ser nossa "casa". Nunca se sinta sozinho, existe muita gente interessante no mundo. Você é um exemplo disso, e não está só.

Claro que deixei alguns vídeos gravados, até porque o site do coaching entra no ar no dia 2 de janeiro. Claro que você - se quiser - poderá, ainda em janeiro, aprender alguma técnica de estudo, prova ou sucesso, fazendo isso no site, vídeos, livros... Mas o William de carne e osso, este estará dedicado a tirar da vida tudo o que puder, mesmo que isso seja só um grito de pavor numa montanha russa, ou ficar numa fila, ou carregar malas de um lado para o outro. Mas se for isso o necessário para ver o riso dos filhos, então me dedicarei a isso mais até do que fazia com os livros.

A você, meus votos de um bom janeiro e de que faça o seu, faça sua parte, faça o que tem que ser feito, o que está na hora, e não deixe de beber um pouco de cada oásis que tiver. O rosto da mãe e aquele beijo no ser amado podem não estar disponíveis daqui a um, dois ou três anos. Aprenda a administrar seu tempo e beba um pouco de cada oásis, mesmo que o oásis dos livros e apostilas seja o privilegiado de agora (e enquanto for necessário, pois a ideia é fazer o que precisa ser feito até passar, até conseguir o que se sonha). Mas coma um pouco das frutas que já tem na mão, aprenda a reconhecê-las. Não é preciso ir para fora do país, nem para outra cidade. Existe todo um mundo de prazer disponível para quem o procura. As coisas simples funcionam muito bem para isso.

Ferris Bueller, gente boa demais, no filme "Curtindo a vida adoidado", disse que "a vida passa rápido demais, se você não prestar atenção ela passa e você não percebe". Perceba seu dia. Sim, qualquer que seja seu caso, ou seu momento, tome consciência, perceba a grande aventura que você está vivendo, seja o protagonista de sua história. Ou, em resumo: faça valer o seu dia. E por favor, deseje boas férias para mim.

Artigos, textos e dicas de William Douglas

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