Não estamos sozinhos

William Douglas

Empolgados com um mundo cheio de riscos, mas também de oportunidades, pensamos no novo ano com uma esperança de realizações e prosperidade, ou como diz a música "muito dinheiro no bolso, saúde para dar e ender..." Mas, enquanto pensamos nos nossos mais ousados empreendimentos, enfrentamos o paradoxo de - nestes dias de dezembro - comemorar a vinda de um Rei que optou por chegar entre os pobres, numa estrebaria sem nome, numa manjedoura sem luxos, num lugar emprestado e impróprio.

O Talmud nos ensina que rico é aquele que está satisfeito com o que tem. Como disse um amigo, Alberto Moszkowicz, "termos uma família querida e um lar sólido para nos acolher, saúde para buscarmos sustento e ainda nos permitir ajudar ao próximo, e a consciência de sermos limitados e crermos numa força onipotente acima de nós é a maior fortuna que podemos almejar."

Aprender a matéria e fazer provas não é nada comparado com aprender a dominar nossos medos e fraquezas; sermos capazes de "vencer" uma prova ou uma banca examinadora chega a ser tolice diante do dilema de lembrarmos sempre que somos pequenos, frágeis, toscos e que a vida é "um vapor que aparece por um pouco e logo se desvanece".

Que antes, durante, enquanto e após os concursos é urgente ser feliz, fazer o bem, estar bem e ajudar alguém. Passar em uma prova pode ser fantástico e muito lucrativo sob vários aspectos, mas a abertura de novos espaços profissionais não é tão auspiciosa quanto abrirmos nosso peito à nossa natureza humana e afetiva, quanto lançarmos a nós mesmos no coração de pais, filhos, cônjuge, amigos. E, igualmente, sermos tão transparentes e confiáveis quanto se espera da água que iremos beber.

Que realizemos nossos projetos, mas nunca deixando de, antes, estar em paz conosco e com as pessoas que amamos; que nosso serviço ao mundo não se resuma a produzir notas, resultados e nomeações, mas, também, outras formas sublimes de sucesso e prosperidade, pois, no grande concurso da vida, a nobreza tem tido muito menos liquidez que a inteligência e os bens palpáveis. Vamos oferecer ao mundo e as pessoas não só nossa competência e dedicação para o estudo e as provas, mas os bens mais preciosos e mais em falta: fé, alegria, solidariedade e exemplos a serem seguidos.

E que façamos com tranqüilidade, pois se uma parcela de nossos projetos depende da vida, os projetos de paz, família e fraternidade só correm risco se nós ficarmos imóveis. Não podemos definir o que acontecerá ao mundo, mas podemos decidir o que acontecerá a nós mesmos com relação ao que acontece no mundo lá fora.

E, para os que desejarem também essa força, os anjos já nos advertiram, em Belém, sobre nossas preocupações e ansiedades: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o salvador que é Cristo, o Senhor".

Não tenham medo. Algumas coisas são difíceis para nós, mas não estamos sozinhos. O mesmo Deus único que uns chamam de O Eterno, outros de Alah, é aquele que diz " Eu sou o SENHOR, o Deus de toda a humanidade. Há alguma coisa difícil demais para mim?" (Jer 33:27). Não existe.

Não estamos sozinhos, e temos coisas a fazer. É um bom começo de 2008. Faço votos que cada um celebre com muita fé e alegria o Natal e que Deus continue a conceder muitas bênçãos em todas as suas realizações.

William Douglas

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