Após as eleições, eu te digo: ÂNIMO!

William Douglas

Você votou em Dilma, Aécio ou em ninguém?

Se você votou na Dilma, parabéns pela vitória. O Brasil conta com sua ajuda para que ela consiga cumprir as promessas que fez. Ajude-a. Ficar tripudiando sobre quem perdeu é desperdício de energia. É hora de mostrar que ela foi mesmo a melhor escolha. Peço que leia até o fim, pois falarei com você de novo.

Se você votou no Aécio ou em ninguém, já estava desanimado antes da eleição ou ficou desanimado com o resultado dela. Parabéns também! Seja como for, só temos um cargo de Presidente da República e a ocupante do cargo está escolhida pelos próximos quatro anos. Tendo votado, ou não, nela, Dilma agora nos representa. O que sugiro, então? Ajude a Presidente, e leia até o final este meu texto, pois falarei mais sobre sua frustração.

Entendo que muitos estejam frustrados, inclusive eleitores da Dilma. Tenho lido isso nas redes. Realmente, não dá para ficar feliz vendo tanta corrupção, aparelhamento e coisa erradas. Pior ainda, não sei se é sua opinião, mas não é que não haja uma multidão querendo mudanças, muitos apenas não confiaram em que a outra candidatura não cometeria os mesmos erros. O número de votos brancos, nulos e abstenções revelam que essa desesperança é grande. Isso de que "corrupção tem em todo lugar" é um absurdo, o que todos deveriam dizer é que não podemos aceitar corrupção em lugar nenhum. Deixe-me falar dos dois lados da moeda. Peço que leia os dois.

Primeiro lado

Talvez você se preocupe, como eu, com o quanto se gasta (a meu ver, mal) em acordos comerciais feitos com Cuba, Bolívia, Venezuela etc. Certamente você não está feliz com Abreu Lima, Pasadena, com os estádios da Copa, as promessas não cumpridas, o petrolão etc. Eu também não. Talvez você compartilhe outras preocupações como as que tenho, que tratam de não exigir visto de países com histórico de terrorismo e dificuldades criadas para comunidades terapêuticas de cunho religioso etc. Além disso, ainda temos a falta de crescimento econômico, o risco de perseguição a quem produz, preconceitos contra a riqueza etc. Dizer que o país está bem manipulando números não funciona, não é autossustentável. É preciso coragem para mudar em prol do país, e não em prol das próximas eleições. Também temo por tudo isso, também me enojo, também me irrito. Talvez esteja irritado com a influência dos programas sociais na votação (falarei mais sobre isso adiante). Bem, este é um dos dois lados.

Segundo lado

Como venho dizendo desde antes do primeiro turno, é numericamente verificável que apesar de todas as mazelas, tivemos grandes progressos na área social. Posso afirmar sem medo de errar que coisas que eu desejo muito aconteceram. Se os programas que estão dando certo são do PT ou se tiveram origem no PSDB é o de menos. Para mim, são do Brasil, antes de tudo. O que conta para mim é que estão crescendo. Prouni, Ciência sem fronteiras, Pronatec etc. são coisas boas; o PT faz mais concursos públicos que o PSDB, preenchendo mais as vagas previstas em lei. E servidores são necessários para que os serviços públicos sejam prestados. A qualidade dos serviços tem que melhorar, mas para isso tem que haver concursos. O PT paga melhor aos professores universitários que o PSDB. O PT se preocupa mais com os negros, uma das causas sociais que escolhi. Eu sou a favor das cotas nas universidades e das bolsas (para estudo), e contra nos concursos (meritocracia plena), embora saiba que é tema polêmico. Porém, o fato é que o PT se preocupa mais com os negros que o PSDB. Não só pelas cotas, mas com atividades como a da Educafro (onde sou militante) e de tantos outros, o fato é que em dez anos colocamos mais negros nas universidades do que nos primeiros 500 anos do país. O Bolsa Família tem uma série de melhorias a serem feitas, temos que criar portas de saída, fiscalizar melhor etc., mas que ajudou a reduzir a miséria, ajudou. Eu não quero viver em um país com fome e injustiça, com miséria, e nisso progredimos bastante. O que eu quero dizer para você que está frustrado é: quem ganhou tem coisas boas, vamos acreditar e apostar nelas.

Lembremos que o que sangra o país não são os programas sociais, desde que feitos com seriedade e com mais portas de saída do que de entrada. O que sangra o país é a corrupção. A do político que desvia dinheiro público mancomunado com empresários; a dos empresários que exploram o próximo; a dos pobres e apadrinhados que querem viver eternamente de verbas públicas; a de pobres que mentem nas varas trabalhistas, que fraudam o seguro-desemprego ou o Bolsa Família etc. A de ricos e pobres que fraudam a Previdência, os concursos, as licitações etc. O mal está aí, o mal não está em enfrentar a miséria e a falta de educação.

Quanto às escolhas feitas pelo país nestas eleições

Sei que muitos falam do voto de cabresto etc., mas continuo entendendo que para quem tem necessidades imediatas faz todo sentido votar em quem as atende. Mais do que isso, não são apenas os pobres que votaram assim, conheço muito "Doutor" que votou com essa lógica. Assim como conheço muita gente que votou no PT por causa das conquistas sociais e pronto. Se ricos, professores, doutores, empresários, sindicalistas, religiosos, ativistas etc. votam em quem mais cuida dos seus interesses, não entendo porque o pobre beneficiado por programas sociais não poderia fazê-lo.

Minha esperança é que os partidos ouçam a voz das urnas. Que o PT olhe para os Estados onde Aécio venceu e aprenda as lições disponíveis; que o PSDB seja mais eficiente nos programas sociais, aprendendo a lição de que os pobres prestam atenção em quem faz mais por eles. Se alguém não gostou dos resultados, que no seu metro quadrado contribua para melhorar a educação e a cultura do povo, assim a coisa melhora. É essencial ouvir e respeitar todos os brasileiros, desde o empresário até o empregado, do LGBT ao evangélico sem esquecer os católicos, espíritas e umbandistas, os do Sul e os do Norte, os brancos e os negros, os pró-Dilma e os pró-Aécio, e os pró-voto nulo. Se os partidos não fizerem isso, se preferirem tentar extrair vantagens dessa guerra de tribos, todos perderemos. A surdez dos partidos só irá aprofundar a crise, as dissensões e a multidão de votos nulos, brancos e abstenções, desmoralizando o sistema.

Lembremos que este é um só país, e que apenas vai sair do atoleiro e crescer se todos os homens de bem agirem de boa-fé e com trabalho sério. E você? Faça sua parte, cuide do seu metro quadrado, é por onde eu começaria. Fé e trabalho a tudo superam. Fé em você, no país, na ética, no trabalho e, para quem a tem, fé em Deus. E muito trabalho, claro. É o trabalho que cria riqueza. Vamos trabalhar e ensinar a trabalhar, vamos dar emprego e oportunidades de estudo, trabalho e empreendedorismo (que gera empregos, tributos, atividade econômica etc.).

Enfim, qual a solução?

Não desanimar e trabalhar. E aí, me permitam citar Eduardo Campos: não vamos desistir do Brasil. Não desista nem de você, nem do seu país. Vamos cobrar dos eleitos de todos os partidos que cumpram suas promessas. Vamos cobrar que todos sejam tão honestos e que combatam a corrupção como disseram que são e fazem. Não vamos aceitar a corrupção. Vamos fazer as reformas que o país precisa. A política, a tributária, a trabalhista mas, de todas, a maior delas, a moral, a ética. Ética é, como disse um senador que admiro, "ser contra a injustiça mesmo quando ela nos beneficia e a favor da justiça mesmo quando ela nos atrapalha".

Há pessoas boas, capazes, de boa-fé e confiáveis em todos os partidos, vamos apoiá-las. E vamos aborrecer e atrapalhar o máximo que pudermos a ação dos maus, fazendo isso pela força da palavra, da atitude e da ação.

Conclusão

Termino citando três homens fantásticos.

Primeiro, Gandhi: "Seja a mudança que quer ver no mundo".

Segundo, para os corruptos, cito Caio Fernando Abreu: "Desculpa, mas eu só desisto das coisas que não me interessam mais. [...] o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda."

Terceiro, para todos, cito Jesus: "A vida do homem não consiste na abundância dos bens que possui", "de nada adianta ganhar o mundo e perder a paz" e, por fim, "trate o próximo como gostaria de ser tratado".

Atenciosamente,

William Douglas

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