MPOG elevará em 3.499 vagas no serviço público em 2012

Ministra do Planejamento autoriza aumento de 3.499 novos cargos em concursos para 2012, com destaque para área da segurança pública.
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011 às 17h15
MPOG elevará em 3.499 vagas no serviço público em 2012

Ministra do Planejamento envia ao Congresso ofício aumentando o número de postos a serem ocupados em 2012. Concursos vão selecionar servidores para órgãos como a Receita Federal, o Dnit e a CGU:

O governo federal vai retomar os concursos com força total no ano que vem: elevará em 3.499 o número de cargos a serem preenchidos em 2012, segundo previsto na proposta orçamentária. Em ofício encaminhado ao Congresso Nacional, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, autorizou o Poder Executivo a subir de 10.317 para 13.816 o total de postos que, abertos por aposentadorias, mortes e exonerações, serão ocupados em concursos. Como ocorreu em 2008 e 2009, a contratação pelo setor público deve amenizar os efeitos da crise global no mercado de trabalho brasileiro.

O movimento vai aumentar o rombo com a previdência dos servidores, que já supera R$ 52 bilhões, mas também injetará recursos na estagnada economia por meio do pagamento de salários.

Pelas estimativas do governo, com a aprovação do novo texto no Congresso, o montante a ser pago com o preenchimento dos novos cargos em 2012 aumentará em R$ 364,8 milhões, de R$ 447,6 milhões para R$ 812,4 milhões. Em 2013, o impacto chegará a R$ 1,3 bilhão. O documento, a que o Correio teve acesso, foi entregue ao presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Vital do Rego, na quinta-feira da semana passada.

Na nota técnica que acompanha o ofício, o secretário-adjunto de Orçamento Federal, George Soares, diz que, para cobrir os gastos, haverá uma compensação com o pagamento de pessoal ativo da União e com a contribuição da União para o custeio do Regime de Previdência dos Servidores Públicos.

Em comunicado enviado ao Correio, o Ministério do Planejamento reforçou que haverá redução de outras dotações relativas a pessoal e a encargos sociais, mas não detalhou como isso será feito.

O Planejamento informou ainda que os processos seletivos a serem abertos no próximo ano vão contemplar áreas consideradas prioritárias pelo governo, como segurança, controle e fiscalização. A maior parte das novas vagas (1.872) será direcionada às polícias Rodoviária Federal (PRF) e Federal (PF). Anteontem, o ministério já havia autorizado a realização do concurso que oferecerá 1,2 mil vagas para a PF, com salários de até R$ 13,3 mil. O edital será publicado em seis meses.

Além das mudanças no quadro de pessoal das forças policiais, o secretário alegou a necessidade de novos servidores para atuar em projetos recentemente anunciados pela presidente Dilma Rousseff, como os planos Estratégico de Fronteira e Integrado de Enfrentamento ao Crack. "A finalidade é lotar os novos policiais em áreas de fronteira, na Amazônia Legal e no Mato Grosso do Sul", disse Soares.

O segundo órgão com o maior número de novos cargos é a Secretaria da Receita Federal, com 850. Para a instituição, deverá ser aberto concurso para auditor-fiscal, analista tributário e analista técnico-administrativo de nível superior. Os trabalhadores vão ser lotados nos postos aduaneiros das fronteiras. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), por sua vez, será contemplado com 500 novas vagas. Na Controladoria-Geral da União (CGU), serão 150 postos.

O governo também pretende recrutar 75 novos analistas de infraestrutura para atender a demanda no setor principalmente com relação aos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outra preocupação é estruturar o quadro funcional do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional. O objetivo é abrir concurso para 52 vagas.

Na avaliação de Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o aumento na quantidade de servidores é uma preocupação adicional para as contas públicas. "O governo tem 38 ministérios, o maior da história da República. É impossível manter a situação equilibrada com essas características. Há um enorme peso da máquina, mas não há um esforço equivalente em investimentos no país", ressaltou.

Autorizações Na proposta orçamentária, o total de 13.816 diz respeito apenas aos cargos já abertos no Poder Executivo. A peça orçamentária prevê também o preenchimento de outros 130.825 postos, entre vagas efetivas, funções e cargos comissionados, totalizando 141.142 oportunidades nos Três Poderes. Apesar da quantidade expressiva, o texto prevê que a administração pública possa chamar, de fato, 57.159 pessoas, o que levará a uma despesa de R$ 1,9 bilhão com contratações. Mas isso depende de autorizações da ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Ampliação

O governo federal pretende aumentar os gastos com o preenchimento, em 2012, de 3.499 cargos a mais do que o previsto na proposta orçamentária inicial.

Das Vagas:

Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal: 1.872

Secretaria da Receita Federal: 850

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit): 500

Controladoria-Geral da União (CGU): 150

Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres: 52

Carreira de Analista de Infraestrutura: 75

Fonte: www.defesa.gov.br, pág. 4

Compartilhe: