Mais de 140 trabalhadores rurais foram contratados pelo Ibama para compor brigadas de prevenção e combate aos incêndios florestais em Roraima. As contratações foram efetivadas pela coordenação estadual do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) como medida preventiva ante o período de estiagem que se avizinha do estado.
Os municípios contemplados para sediar essas brigadas são Amajari, Cantá, Mucajaí, Iracema e Pacaraima, escolhidos pelos critérios de quantidade de incêndios passados, existência de áreas federais, como terras indígenas e unidades de conservação (estações ecológicas, parques ou florestas nacionais) assentamentos rurais, seus remanescentes florestais e sua vulnerabilidade aos incêndios florestais, entre outros indicadores.
Todos esses municípios têm partes de seus territórios na zona de transição entre os biomas cerrado e floresta tropical, zona convencionalmente chamada de "arco do fogo" por sua configuração geográfica e pela tradicional ocorrência de incêndios florestais decorrentes dos processos de ocupação humana e de expansão da atividade agropastoril em andamento no estado de Roraima.
Segundo o coordenador do Prevfogo em Roraima, Joaquim Parimé, mais de 300 pessoas participaram dos processos municipalizados de seleção, tendo os selecionados de comprovar plena aptidão para suportar esforço físico mediante provas práticas e laudos médicos e perfeito domínio no uso de ferramentas agrícolas. Quase todos os contratados já possuíam o treinamento técnico necessário para a função, que lhes foi dado em cursos de formação de brigadistas, ministrados em anos anteriores por técnicos do Prevfogo e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Agentes Socioambientais
Apenas em Iracema, será ministrado curso de formação de brigadistas por não haver pessoas habilitadas em número suficiente naquele município. Isso em função da política do Prevfogo de contratar pessoal residente, por sua habilidade e capacidade no trabalho rural, por seus conhecimentos da geografia da região e por seus relacionamentos no local. Essas características de cada brigadista facilitam seu importante papel de agente socioambiental na sensibilização de amigos e vizinhos para a prevenção de incêndios florestais quando utilizarem o fogo como ferramenta agrária. Pequenos produtores, peões e indígenas são os integrantes das novas brigadas. A maioria dos componentes da brigada de Pacaraima, por exemplo, é formada por indígenas das terras indígenas São Marcos e Serra do Sol. Cada Brigada Prevfogo terá 29 componentes: um chefe de brigada, quatro chefes de esquadrão e 24 brigadistas combatentes.
O período de atuação previsto é de cinco meses, de primeiro de dezembro deste ano a 30 de abril de 2012, a estação seca em que tradicionalmente se verifica a maior incidência de incêndios florestais decorrentes de queimadas para preparação do solo agricultável.
A remuneração dos integrantes é de um salário mínimo mensal mais benefícios sociais para os brigadistas, um salário mínimo e meio e benefícios para os chefes de esquadrão e de dois salários mínimos com benefícios para o chefe da brigada. O regime de trabalho é de 40 horas semanais, podendo haver escalonamento em plantões. A intensidade das atividades de combate depende da ocorrência de incêndios, mas é permanente no tocante às tarefas socioambientais de preservação que são prestadas às comunidades rurais da municipalidade.
Fonte: www.ibama.gov.br
