UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (FAE) - SP

Notícia:   Unicamp abre processo seletivo e concurso com vagas para Professores

UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (FAE)

ESTADO DE SÃO PAULO

EDITAL Nº 06/2014

O Departamento de Ensino e Práticas Culturais, da Faculdade de Educação da Unicamp torna pública a abertura de inscrições para Processo Seletivo Sumário para admissão de 1 (um) docente em caráter emergencial e temporário, nível MS-3.1 - Professor Doutor, em RTP - Regime de Turno Parcial = 12 horas semanais, por um período de até 365 dias para ministrar as disciplinas: EP 153 - Metodologia do Ensino Fundamental e EP 911 - Estágio Supervisionado II - Anos iniciais do Ensino Fundamental.

I - REQUISITOS

- Ter o Título de Doutor em Educação.

II - SALÁRIO

- R$ 1.592,14 (Um mil quinhentos e noventa e dois reais e quatorze centavos)

III - DA INSCRIÇÃO

Deverá ser feita pessoalmente, no Departamento de Ensino e Práticas Culturais - DEPRAC - da Faculdade de Educação da Unicamp, Prédio Principal, 2º andar - Bloco C, Avenida Bertrand Russell, 801, no período de 15 (quinze) dias a partir da data de publicação deste edital no Diário Oficial do Estado - D.O.E., no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h. Telefone para contato: (19) 3521- 5553.

1. Para a inscrição os candidatos deverão apresentar:

a) requerimento dirigido à Chefia do Departamento de Ensino e Práticas Culturais - DEPRAC, indicando: nome e endereço completos, telefone fixo, telefone celular, endereço eletrônico, data de nascimento, nº do documento de identificação, filiação, naturalidade e profissão;

b) um exemplar do Curriculum Vitae (com comprovantes), contendo: títulos universitários, produção e atividades científicas, didáticas e profissionais, bolsas de estudo (graduação e pós-graduação), cursos ministrados, congressos, simpósios e seminários dos quais tenha participado, ou Curriculum Lattes completo;

c) documento de identificação pessoal que contenha foto, em cópia simples;

d) um exemplar da tese de Doutorado;

e) cópia do diploma do título de doutor;

f) cópia das três publicações mais relevantes.

2. As informações sobre os requerimentos deferidos, o calendário fixado bem como o local das provas, serão disponibilizados na homepage da Faculdade de Educação (www.fae.unicamp.br), com antecedência de no mínimo 24 horas do início das provas.

IV - DAS PROVAS E DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS CANDIDATOS:

1. O Processo Seletivo constará das seguintes provas:

a) Prova Escrita - peso 1

b) Prova de Títulos - peso 1

c) Prova Didática - peso 1

d) Prova de Arguição - peso 1

2. A prova escrita dissertativa, de caráter eliminatório e classificatório, versará sobre assunto de ordem geral e doutrinária, relativo aos conteúdos dos programas das disciplinas do concurso.

a. No início da prova escrita, a Comissão Julgadora fará a leitura da questão, concedendo o prazo de 60 (sessenta) minutos para que os candidatos consultem seus livros, periódicos ou outros documentos bibliográficos;

b. É vedado aos candidatos o uso de quaisquer meios eletrônicos durante a fase de consulta e de prova, bem como, a troca ou empréstimos de materiais entre os mesmos.

c. Findo o prazo do item 2.a não será mais permitida a consulta de qualquer material;

d. Na sequência, a Comissão Julgadora fixará o horário de início dos trabalhos de redação e finalização das respostas, com duração de 4 (quatro) horas;

e. Apenas as anotações manuscritas efetuadas durante o período da consulta previsto no item 2.a poderão ser utilizadas no decorrer da prova escrita, devendo ser rubricadas por todos os membros da Comissão Julgadora e anexadas na folha de resposta.

f. Critérios para avaliação da prova escrita dissertativa: Apresentação (Introdução - desenvolvimento - conclusão); Conteúdo (desenvolvimento do tema - organização - coerência - clareza de ideias - nível de aprofundamento); Linguagem (uso adequado da terminologia técnica - propriedade - clareza - precisão e correção gramatical).

g. A nota da prova escrita de cada candidato será a média aritmética das notas atribuídas à prova escrita por cada membro da comissão julgadora.

h. A prova escrita será avaliada na escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos, sendo considerado(s) habilitado(s) para as demais provas do Processo de Seleção apenas o(s) candidato(s) que obtiver (em) média maior ou igual a 7,0 (sete).

3. A prova didática consistirá em uma aula de 50 (cinquenta) minutos, com tema de livre escolha do candidato, nas Áreas de Teoria Pedagógica e Educação Escolar, considerando-se os Planos de Curso indicados no item VI deste edital.

4. Na prova de títulos a Comissão Julgadora tomará por base o Curriculum Vitae apresentado no ato da inscrição, que será avaliado quanto ao mérito através de uma escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos, considerando-se os títulos universitários, produção e atividades científicas, didáticas e profissionais, bolsas de estudo (graduação e pós-graduação), cursos ministrados, congressos, simpósios e seminários dos quais tenha participado.

5. Na prova de arguição, cada integrante da Comissão Julgadora disporá de até 30 minutos para arguir o candidato sobre a matéria do programa da disciplina ou conjunto de disciplinas em concurso e/ou sobre o memorial apresentado no ato da inscrição, que terá igual tempo para responder. Havendo acordo mútuo, a arguição poderá ser feita sob forma de diálogo, respeitado, porém, o limite máximo de 1 (uma) hora para cada arguição.

6. As notas da prova escrita, didática, de títulos e de arguição, entre 0 (zero) e 10 (dez), serão atribuídas individualmente pelos integrantes da Comissão Julgadora, para cada um dos candidatos, em envelopes lacrados e rubricados, após a realização de cada prova. No caso da prova didática, de títulos e de arguição, os envelopes serão abertos ao final das provas do concurso em sessão pública.

7. A nota final de cada candidato será a média aritmética das notas obtidas nas provas escritas, didática, análise curricular e arguição.

8. As notas de cada prova serão calculadas até a casa dos centésimos, desprezando-se o algarismo de ordem centesimal se for inferior a cinco e aumentando-se o algarismo da casa decimal para o número subsequente, se o algarismo da ordem centesimal for igual ou superior a cinco.

9. Os candidatos que alcançarem a média igual ou maior a 7,0 (sete) serão considerados habilitados na Seleção Pública.

10. Os candidatos serão classificados em ordem decrescente das médias finais obtidas. Se houver empate na classificação, terá preferência o candidato que obtiver maior nota na Prova Didática.

11. O resultado final será submetido à apreciação da Congregação da Faculdade de Educação.

12. As provas serão realizadas no período de outubro e novembro de 2014, na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, sendo que as datas e locais específicos serão informados através da homepage da Faculdade (www.fae.unicamp.br).

13. A relação dos candidatos classificados também será disponibilizada na homepage da Faculdade de Educação (www.fae.unicamp.br), com as notas finais obtidas pelos mesmos.

V . DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

1. A inscrição do candidato implicará o conhecimento e a tácita aceitação das normas e condições estabelecidas neste Edital, em relação às quais o candidato não poderá alegar qualquer espécie de desconhecimento.

2. O prazo de admissão ficará vinculado ao período de até 365 dias.

3. A admissão do candidato aprovado, diante de seu caráter transitório, deve se dar no Regime Geral de Previdência Social, nos termos do art. 40, §13 da Constituição Federal.

4. Do resultado da Seleção Pública caberá recurso, exclusivamente de nulidade, dirigido ao Diretor da Faculdade de Educação, no prazo de 2 (dois) dias contados da divulgação dos resultados.

5. A validade da Seleção Pública será de 12 (doze) meses a contar da data de homologação dos resultados pela Congregação da Faculdade de Educação.

6. A Comissão Julgadora será constituída de pelo menos 3 (três) membros titulares e 2 (dois) suplentes, portadores no mínimo de título de Doutor.

VI - PLANOS DE CURSO E BIBLIOGRAFIA

EP 153 - Metodologia do Ensino Fundamental

Ementa: Trabalho de campo orientado para o diagnóstico dos componentes metodológicos envolvidos na prática educativa das escolas públicas de ensino fundamental, procurando analisá-las no conjunto das determinações mais amplas a que estão submetidas. Numa perspectiva integrada da área de Magistério, propor reflexões a partir da prática das escolas, a serem encaminhadas para as metodologias específicas, visando a continuidade do trabalho.

1. Perguntas norteadoras:

a. O que é ensinar? (quem ensina a quem? O que se ensina? Para que se ensina? Como se ensina? Quando se ensina? Em que condições se ensina?)

b. O que é ensinar na escola? (Para que se ensina na escola? O que se ensina na escola? Como se ensina na escola?)

c. Como se está ensinando nas escolas?

d. Que perguntas o ensino produzido nas escolas suscita?

2. Objetivos gerais:

- Cotejar diferentes concepções de ensino escolar em seus fundamentos epistemológicos e políticos.

- Descrever e analisar as práticas educativas vividas na escola, em suas condições sociais de organização (espacial, temporal e relacional), em suas dimensões epistemológica, ético-política e técnico-instrumental.

- Compreender o campo da metodologia de ensino em suas relações com a Política Educacional, as Teorias Pedagógicas, o Currículo e as práticas educativas efetivas (o chamado currículo em ação).

3. Organização da disciplina:

3.1. A disciplina será organizada em duas unidades.

Unidade I - O que é ensinar? Nessa unidade serão analisadas as relações entre ensino, conhecimento e linguagem e derivadas suas implicações pedagógicas, epistemológicas e políticas. Unidade II - Ensinando na escola - Nessa unidade serão focalizadas as relações de ensino escolares em suas especificidades e condições sociais de produção, em sua relação com as concepções de conhecimento e teorias pedagógicas que as embasam e em suas configurações. O objetivo, nesta unidade, é problematizar o sentido social da escola e do ensino ("para que" se ensina na escola?) e sua tradução em fins propriamente pedagógicos ("como" ensina na escola?).

3.2. As aulas serão divididas em quatro grandes momentos:

I - ESTUDO :

- leitura e discussão dos textos básicos selecionados

- aulas expositivas, tendo em vista esclarecer conceitos, problematizar as teses defendidas pelos autores e seus modos de abordar a realidade, sistematizar e sintetizar temas e conceitos destacados como relevantes ao longo do estudo, articular a leitura com o trabalho em desenvolvimento na escola e com temas já abordados em outras disciplinas do curso de Pedagogia

II - INSTRUMENTALIZAÇÃO ou preparação dos alunos para o processo de aproximação, observação, descrição e análise do trabalho pedagógico em desenvolvimento em uma escola. Para essa atividade serão selecionadas situações de ensino documentadas em pesquisas, a partir das quais serão desenvolvidos o exercício de levantamento e análise de indicadores das especificidades das relações escolares de ensino e dos modos de ensinar e de elaborar o aprendizado, que se entretecem na complexidade, na diversidade e nas contradições dessas relações.

III - Ida à escola - Os alunos deverão realizar 3 visitas a uma escola de ensino fundamental (uma para contato inicial, duas de observação em sala de aula e de interlocução com professores e alunos) para se aproximar das situações de ensino ali produzidas e de seus protagonistas.

IV - Intercâmbio das experiências vividas nas escolas e de seus registros através de um seminário de apresentação e discussão do que se aprendeu e compreendeu sobre componentes metodológicos envolvidos na prática educativa das escolas públicas de ensino fundamental e das questões suscitadas.

3.3. Trabalhos que serão solicitados dos alunos:

- realizar a leitura prévia dos textos básicos indicados

- realizar a leitura do romance "Manual de Tapeçaria" de Nilma Gonçalves Lacerda.

- realizar 3 visitas à escola

- elaborar o registro descritivo1 das 3 visitas destacando as relações observadas, as interlocuções estabelecidas com o pessoal da escola e as questões que suscitaram

- elaborar por escrito uma análise2 das três visitas tendo como eixo as perguntas norteadoras da disciplina

- preparar uma apresentação do que aprendeu e compreendeu sobre os componentes metodológicos envolvidos na prática educativa das escolas públicas de ensino fundamental

- exercício individual de síntese da disciplina tendo como questão de análise - Afinal o que é metodologia de ensino? A resposta a essa questão deverá ser construída em interlocução com a leitura do romance "Manual de Tapeçaria".

4. Avaliação

A avaliação estará centrada no processo de elaboração do aluno, tomando-se como indicadores:

- a leitura do romance indicado e a participação nos momentos de interlocução sobre ele

- a realização das visitas à escola

- os 3 registros descritivos das visitas à escola

- a análise das visitas apresentada por escrito

- a apresentação no seminário

- o exercício individual de síntese

- a participação no desenvolvimento das aulas

- 75% de frequência (norma da Universidade)

(OBS - Serão atribuídas notas de 0 a 10 aos três registros descritivos,à análise das visitas,à apresentação no seminário e ao exercício individual de síntese. Todas essas produções terão o mesmo peso na composição da média final.)

5. Cronograma das atividades

Aula - 11.08 - Apresentação da proposta da disciplina. Estudo de um episódio de ensino - Relato do Bino.

Aula - 18.08 - Unidade I - O que é ensinar?

Estudo - Leitura e discussão: SMOLKA, A.L.B. Salas de aula, relações de ensino. In. SMOLKA, A.L.B. A criança na fase inicial da escrita. A alfabetização como processo discursivo. São Paulo: Cortez Rd., 1998, p. 29-45.

Instrumentalização: análise do modo de registrar a dinâmica da aula.

Aula - 25.08 - Unidade I

Estudo - Leitura e discussão: SMOLKA, A.L.B. Salas de aula, relações de ensino. In. SMOLKA, A.L.B. A criança na fase inicial da escrita. A alfabetização como processo discursivo. São Paulo: Cortez Rd., 1998, p. 29-45.

1 Segundo os dicionários, a DESCRIÇÃO consiste em uma exposição circunstanciada, feita em palavras, a respeito de algo, alguém ou de um acontecimento. Ou seja, consiste em contar minuciosamente a situação, estado ou condição desse algo, desse alguém ou desse acontecimento, em determinado momento. Mas também há um segundo significado que relaciona o ato de descrever ao movimento, ao traço que se inscreve em um determinado contexto que se segue percorrendo. No primeiro significado destaca-se o dizer sobre aquilo que se observa, que se vivencia e que se faz. No segundo, a ênfase recai na trajetória que se percorre ao inserir-se em um contexto, nas negociações que se travam.

² A ANÁLISE envolve o cotejamento entre o conhecimento sistematizado sobre o ensino e o conhecimento reunido na experiência de inserção na escola. Seu aprendizado requer a problematização das relações instauradas pelo estágio, tendo em vista situar historicamente os sentidos (diversos e em disputa) da docência e da escola, contidos nos modos distintos de valorar as tradições escolares e as práticas educativas, nos modos de enunciá-las e nas imagens de professores e de formadores que circulam nessas relações.

Instrumentalização: levantamento de indicadores para a observação das condições e formas de interação no trabalho com as crianças.

Aula - 01.09 - Unidade I

Estudo - Leitura e discussão: GÓES, M.Cecília Rafael de. As relações intersubjetivas na construção de conhecimentos. In: GÒES, M.Cecília Rafael de e SMOLKA, Ana Luiza B.(orgs.) A significação nos espaços educacionais - interação e subjetivação. Campinas: Papirus,1997, pp.11-28.

Aula - 15.09 - Instrumentalização das visitas às escolas.

Leitura e discussão: EUGENIO, Fernanda. De como olhar onde não se vê - ser antropóloga e ser tia em uma escola especializada para crianças cegas. Em: VELHO,G. e KUSCHNIR,K.(orgs.) Pesquisas urbanas - desafios do trabalho antropológico.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

Aula - 22.09 - visita á escola

Aula - 29.09 - Visita à escola

Aula - 06.10 - Visita à escola

Aula - 13.10 - Entrega dos registros descritivos das visitas.

Unidade II - Ensinando na escola.

Estudo - leitura e discussão : ADOUE, S. O renascimento de Josella. Revista ANDE, nº 2. Momento de interlocução sobre a leitura do romance "Manual de Tapeçaria".

10 ª Aula - 20.10 - Unidade II - Ensinando na escola.

FONTANA, R.A.C. A elaboração conceitual: a dinâmica das interlocuções na sala de aula. In. SMOLKA, A.L.B. e GÒES, M.C.R.de (orgs.) A linguagem e o outro no espaço escolar - Vygotsky e a construção do conhecimento. Papirus: Campinas (SP), 1993, p. 121-151.

11 ª Aula - 27.10 - Entrega do exercício de análise das visitas.

Unidade II: Ensinando na escola.

FONTANA,Roseli Cação. Sobre a Aula: uma leitura pelo avesso. In: Presença Pedagógica, v. 7, nº 39, mai./jun. 2001, pp.31-37.

Momento de interlocução sobre a leitura do romance "Manual de Tapeçaria".

12 ª Aula - 03.11 - Momento de interlocução sobre a leitura do romance "Manual de Tapeçaria".

13 ª Aula - 10.11 - Entrega da síntese individual.

Seminário

14 ª Aula -17.11 - Seminário

15 ª Aula - 24.11 - Seminário

16 ª Aula - 01.12 - Devolutiva do trabalho individual e das médias finais. Avaliação da disciplina pelos estudantes.

EP 911 - Estágio Supervisionado II - Anos iniciais do Ensino Fundamental

Ementa: Estágio junto às escolas de educação fundamental (anos iniciais), direcionado ao trabalho pedagógico, entendido na articulação entre a docência e a gestão escolar, observação e análise da sala de aula e sua articulação com os demais espaços da escola.

Uma proposta para o estágio

Inserir-se na sala de aula e negociar com a professora um espaço de atuação que seja consoante com o trabalho por ela realizado. Nessa atuação, priorizar as situações de aprendizado da leitura e da escrita, fundamentais no processo de escolarização.

1. Objetivos gerais do estágio:

- inserção na sala de aula

- descrição3 e análise4 do processo de ensino ali produzido

3 Segundo os dicionários, a DESCRIÇÃO consiste em uma exposição circunstanciada, feita em palavras, a respeito de algo, alguém ou de um acontecimento. Ou seja, consiste em contar minuciosamente a situação, estado ou condição desse algo, desse alguém ou desse acontecimento, em determinado momento. Mas também há um segundo significado que relaciona o ato de descrever ao movimento, ao traço que se inscreve em um determinado contexto que se segue percorrendo. No primeiro significado destaca-se o dizer sobre aquilo que se observa, que se vivencia e que se faz. No segundo, a ênfase recai na trajetória que se percorre ao inserir-se em um contexto, nas negociações que se travam.

4 A ANÁLISE envolve o cotejamento entre o conhecimento sistematizado sobre o ensino e o conhecimento reunido na experiência de inserção na escola. Seu aprendizado requer a problematização das relações instauradas pelo estágio, tendo em vista situar historicamente os sentidos (diversos e em disputa) da docência e da escola, contidos nos modos distintos de valorar as tradições escolares e as práticas educativas, nos modos de enunciá-las e nas imagens de professores e de formadores que circulam nessas relações.

- descrição e análise da trajetória do estagiário nessas relações.

De forma a direcionar a atenção do estagiário para as dimensões objetivadas, elegeram-se as seguintes questões norteadoras:

a. Como você se inseriu no processo de ensino, como negociou com a professora o espaço de atuação e como organizou e desenvolveu o trabalho com a leitura e a escrita?

b. O que aprendeu ao assumir a direção do processo de ensino?

c. Como organizou a devolutiva desse trabalho para as crianças e a professora da sala?

d. Que situações, ao assumir a direção do processo de ensino, suscitaram-lhe desconforto intelectual?

2. Objetivos específicos

ESTAGIÁRIOS

PROFESSORA COORDENADORA

1º. Presença semanal na escola

1º. Instrumentalização teórico-prática e técnica da atuação do estagiário na escola

2º. Registro sistemático daquilo que observa (vê e ouve), vivencia e faz na sala de aula e de sua trajetória em um Caderno de estágio.

2º. Monitoramento da inserção e da atuação do estagiário na escola

3º. Exercício analítico - Escrever, ao final de cada mês - agosto, setembro, outubro - um texto destinado à professora da disciplina, a seus pares na universidade e ao pessoal da escola, em que se elege, no conjunto dos registros um episódio para análise, considerando-o em suas condições imediatas e mais amplas de produção.
OBS - Os três exercícios analíticos deverão ser entregues no SAE como relatórios finais.

3º. Coordenação do estudo e sistematização de conceitos relativos às relações produzidas na escola tendo em vista suscitar a interlocução com os fundamentos e princípios metodológicos estudados no curso de Pedagogia e a análise do que foi vivido na escola.

3. Organização da proposta de estágio

Ao longo do semestre, o estágio será organizado em três momentos:

1º - a presença semanal do estudante na escola (acompanhada e atestada pelo supervisor de estágio, que é alguém da escola) e o registro das observações e de sua inserção na sala de aula.

- aulas semanais na universidade, que articularão o estudo teórico e a instrumentalização, em função do caráter teórico-prático dos textos escolhidos para leitura. Esses textos focalizam os modos de organização da leitura e da escrita na sala de aula e o papel do professor mediador.

A instrumentalização para a atuação em sala também se beneficiará da realização de oficinas para preparação da atuação em sala de aula e do intercâmbio de experiências vividas nas escolas pelos alunos estagiários.

Ao final da leitura e discussão dos textos selecionados para estudo, os alunos realizarão, em sala, um trabalho escrito de análise e de síntese das obras. Esse trabalho será orientado e monitorado pela professora. Tais trabalhos são denominados, nesta proposta, sínteses provisórias.

- monitoramento - será desenvolvido através do caderno de registros que deverá ser entregue para leitura no mínimo 1 vez por mês e da supervisão individual para aqueles que a desejarem. A SI deverá ser agendada e será realizada em horário distinto do das aulas semanais. O objetivo do monitoramento será acompanhar a trajetória de cada estagiário e nela intervir de modo a atender necessidades específicas quanto:

- ao planejamento e à avaliação de sua atuação em sala de aula

- à análise das produções das crianças em situações de aprendizagem sob sua condução e orientação

- aos modos de organizar e realizar a devolutiva desse material

- aos modos de registro e de elaboração dos textos analítico-descritivos

- ao replanejamento de sua trajetória tendo em conta as avaliações e demandas da escola que o recebe

4. Avaliação

A avaliação estará centrada no processo de elaboração do aluno, tomando-se como indicadores:

- os três exercícios analíticos

- as sínteses provisórias dos textos estudados

- a apresentação mensal do caderno de registros

- frequência de no mínimo 75% das aulas dadas

- presença semanal na escola

5. Cronograma das atividades

Aula - 08.08 - Apresentação da proposta da disciplina e do estágio. Levantamento expectativas dos alunos e encaminhamento para as escolas.
Apresentação dos textos propostos para leitura:
SCHLÖGL, Michele. Aprendendo a ensinar a ler e escrever: uma professora em três atos. Trabalho de Conclusão de Curso. FE/UNICAMP, Campinas, 2001. (a ser disponibilizado em xerox)
SCHLÖGL, Michele. O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita. Dissertação de Mestrado. FE/UNICAMP. Campinas, 2013.(disponível em pdf)
OMETTO, Cláudia Beatriz de Castro Nascimento. A prática de produção de textos nas séries iniciais do Ensino Fundamental - as mediações da professora e o desenvolvimento da reflexividade nas crianças. Dissertação de Mestrado. UNIMEP. Piracicaba, 2005.(disponível em pdf)
OFICINA - escolha um livro

Aula - 15.08 -
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. Aprendendo a ensinar a ler e escrever: uma professora em três atos. Pp. 8-47.
OFICINA - Projetando uma atividade a partir da leitura.

Aula - 22.08 -
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. Aprendendo a ensinar a ler e escrever: uma professora em três atos. Pp. 48-73.
OFICINA - Projetando uma atividade a partir da leitura.

Aula 29.08 -
Síntese provisória do texto "Aprendendo a ensinar a ler e escrever: uma professora em três atos". (em aula)
OFICINA - Apresentação da leitura realizada e relato da experiência vivida.

Aula - 05.09 -
Entrega do primeiro relato analítico descritivo.
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita.
Origens e trajetos para chegar ao objeto de pesquisa. Pp.17- 25.
A perspectiva histórico-cultural como referencial teórico-metodológico. Pp. 27- 54.
OFICINA - Apresentação da leitura realizada e relato da experiência vivida.

Aula - 12.09
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita.
A definição da pesquisa e as opções metodológicas. Pp.55- 62.
Conhecendo os alunos. Pp. 63 - 74.
Princípios norteadores para o trabalho desenvolvido com o 4º ano. Pp.75 - 86.
OFICINA - Preparando uma atividade escrita: Análise de propostas de G. Rodari (Gramática da fantasia)

Aula - 19.09
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele.
"Mãe coruja" - estudando a fábula "A coruja e a águia". Pp.87- 108. OFICINA - Preparando uma atividade escrita

Aula - 26.09
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita.
Um sapo no céu - o trabalho com os contos tradicionais. Pp.109- 152.
Da fábula ao conto - De quando raposa vira lobo-guará e cegonha vira urubu. Pp.153 - 202. OFICINA - Apresentação da atividade de escrita realizada e relato da experiência vivida.

Aula - 03.10
Entrega do segundo relato analítico descritivo.
Leitura e discussão: SCHLÖGL, Michele. O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita.
Do conto à peça teatral - Em Bremen com os Saltimbancos! Pp. 203 -256.
Considerações Finais. Pp. 257-263.
OFICINA - Apresentação da atividade de escrita realizada e relato da experiência vivida.

10ª Aula - 10.10
Síntese provisória do texto "O processo de sistematização de conhecimentos para o aprendizado da linguagem escrita". (em aula)
OFICINA - aprendendo a olhar para a produção escrita da criança

11ª Aula - 17.10
Leitura e discussão: OMETTO, C.B.de C.N. A prática de produção de textos nas séries iniciais do Ensino Fundamental - as mediações da professora e o desenvolvimento da reflexividade nas crianças.
A trajetória percorrida. pp. 40-79.
OFICINA - aprendendo a olhar para a produção escrita da criança

12ª Aula - 24.10
Leitura e discussão: OMETTO, C.B.de C.N. A prática de produção de textos nas séries iniciais do Ensino Fundamental - as mediações da professora e o desenvolvimento da reflexividade nas crianças.
Novos passos: o binômio fantástico. pp. 171-190.
OFICINA - aprendendo a olhar para a produção escrita da criança

13ª Aula - 31.10
Leitura e discussão: OMETTO, C.B.de C.N. A prática de produção de textos nas séries iniciais do Ensino Fundamental - as mediações da professora e o desenvolvimento da reflexividade nas crianças.
Escrevendo juntos. pp. 113-170.
OFICINA - organizando a devolutiva dos trabalhos para as crianças e a escola

14ª Aula - 07.11
Entrega do terceiro relato analítico descritivo.
Síntese provisória do texto "A prática de produção de textos nas séries iniciais do Ensino Fundamental - as mediações da professora e o desenvolvimento da reflexividade nas crianças". (em aula)
OFICINA - organizando a devolutiva dos trabalhos para as crianças e a escola

15ª Aula - 14.11
Mostra dos trabalhos desenvolvidos nas escolas.

16ª Aula - 21.11
Mostra dos trabalhos desenvolvidos nas escolas.

17ª Aula - 28.11
Mostra dos trabalhos desenvolvidos nas escolas.
Entrega médias finais e avaliação da disciplina pelos estudantes.

Campinas, 18 de setembro de 2014