O governador do Amazonas, Omar Aziz, disse nesta quinta-feira (6), em Tefé (a 575 quilômetros de Manaus), que o Estado vai adotar a mesma metodologia do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) na realização de concursos para ocupar vagas no interior, realizando-os por calhas de rio. De acordo com Omar, que viaja ao interior na companhia da ministra corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, a medida visa ampliar os recursos humanos nos órgãos públicos em todo o Estado.

Em viagem a Tefé e Maraã (a 632 quilômetros de Manaus), o governador participa de agenda da ministra Eliana Calmon, que, na manhã desta quinta-feira, lançou a pedra fundamental das obras do Fórum de Justiça de Tefé e, no início da tarde, inaugurou o Fórum Desembargadora Euza Maria Naice de Vasconcelos, em Maraã, onde também vai funcionar o novo cartório eleitoral. Participam da comitiva, o vice-governador José Melo, a primeira-dama Nejmi Aziz, a presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo, e o presidente do TJ-AM, desembargador João Simões.

Para o governador, a dificuldade em fazer a Justiça funcionar no interior deve-se principalmente à falta de recursos humanos. Ele elogiou a iniciativa do TJ-AM, que começou pela calha do Juruá a realização de concurso para contratação de pessoal conforme demanda de cada região. "Onde não há Justiça não tem cidadania", frisou Omar Aziz, ao destacar que a vinda da ministra Eliana Calmon, a primeira integrante do Supremo Tribunal de Justiça a visitar o interior do Estado.

"A ministra está visitando, além de Tefé, a cidade de Maraã, e é uma forma de podermos mostrar nossa realidade e que precisamos de um tratamento diferenciado para o nosso Estado. Não dá para ser o mesmo tratamento dado à Justiça de São Paulo, por exemplo. São situações que somente com a presença dela é possível torná-las perceptíveis", disse o governador.

Em Maraã, a presidente do TRE-AM, Maria das Graças Pessoa Figueiredo, realizou uma demonstração do sistema de alistamento eleitoral itinerante, que vai permitir a emissão do título de eleitor em dez minutos nas comunidades ribeirinhas. Sem o sistema, que está sendo implantado no município, esse serviço demorava cerca de 45 dias. A redução do tempo, segundo a desembargadora, será possível graças à informatização do sistema, que estará interligado à sede do TRE-AM em Manaus.

Para o presidente do TJ-AM, João Simões, a Comarca de Maraã era uma das que seriam fechadas se não houvesse o reforço no orçamento do tribunal, com o aumento do repasses do Governo Estadual. De acordo com Simões, além de preservar as comarcas, o suporte orçamentário permitiu o aumento dos serviços judiciais em todo o Estado e a realização de concurso público para servidores e juízes.

Infraestrutra - Em Tefé, o governador Omar Aziz anunciou o investimento de cerca de R$ 20 milhões em um projeto de urbanização que prevê a recuperação do sistema viário do município. Ele também adiantou que a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) elabora o projeto de construção da ponte do Abial, também em Tefé, e de um Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti).

Em Maraã, o governador afirmou, em visita à fábrica de "Bacalhau da Amazônia", inaugurada no município em agosto deste ano, que a unidade entrará em operação plena com a despesca do pirarucu manejado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, que iniciou neste mês. Omar Aziz adiantou, ainda, que a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), do Governo do Estado, já realiza contatos para negociar novos mercados para os produtores da região.

Parte da produção da fábrica será vendida nos supermercados da Rede Pão de Açúcar que, no início do ano, durante a realização do 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade, firmou parceria com o Governo do Estado para comprar o pescado proveniente do manejo praticado nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Estado. Além de Maraã, com capacidade de processar 1,5 mil toneladas por ano, uma outra fábrica será inaugurada, ainda este ano, em Fonte Boa (a 680 quilômetros de Manaus), com capacidade para 3 mil toneladas/ano. A estimativa é de geração de 150 empregos diretos e outros 5 mil indiretos somente com a fábrica de Maraã.

Mais informações no endereço eletrônico www.amazonas.am.gov.br.