A Secretaria Nacional de Políticas Penais confirmou que estuda um novo concurso para a carreira penal federal. O órgão encaminhou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos pedido de criação de 978 cargos, distribuídos entre Policial Penal Federal, Especialista Federal em Execução Penal e Técnico Federal em Execução Penal.
O maior número de vagas foi solicitado para a carreira de policial penal federal, com 746 postos, assim divididos:
- 571 para Unidades Penitenciárias Federais;
- 100 para a Força Penal Nacional;
- 75 para a Escola Nacional de Serviços Penais.
O pedido também contempla vagas para especialistas (cerca de 190) e para técnicos (aproximadamente 40), totalizando os 978 cargos requeridos.
Concurso Penal Federal depende da criação de cargos
Segundo a secretaria, os estudos técnicos foram concluídos e apontam que o quadro atual é insuficiente para atender às demandas do sistema penitenciário federal. O processo para criação dos cargos foi instaurado e está em análise pelo MGI. A abertura de um novo concurso só poderá ocorrer após a devida aprovação legislativa.
Entre os critérios avaliados no estudo estão:
- dimensionamento da força de trabalho;
- necessidade de recomposição do quadro ativo;
- previsão de aposentadorias;
- expansão de programas estratégicos;
- fortalecimento da Força Penal Nacional.
Paralelamente, a Senappen busca autorização para convocar mais aprovados do concurso de 2020, organizado pelo Cebraspe, com a intenção de ampliar o limite de 25% para aproveitamento de excedentes. A validade do certame vai até maio de 2026.
Secretário confirma pedido por novo concurso
Em julho, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, afirmou em pronunciamento oficial que foi solicitado ao governo o aproveitamento de excedentes do último edital e a realização de uma nova seleção. Ele destacou que a recomposição do efetivo é prioridade diante da sobrecarga nas unidades federais, informou que os excedentes autorizados foram convocados e que o quadro conta com cerca de 1.600 policiais penais federais em atividade. O secretário também mencionou a necessidade de criação de cargos efetivos e a conclusão do projeto da Academia Nacional da Polícia Penal. Novas nomeações dependem de aval do MGI e de ajustes legais para criação de vagas.
Excedentes foram chamados em 2024
Em 2024, houve autorização para chamar excedentes do concurso anterior, com as seguintes nomeações adicionais:
- 73 aprovados para agente federal de execução penal (atual policial penal federal);
- 3 aprovados para especialista federal em assistência à execução penal.
Antes do aval, havia sido solicitado o chamamento de 80 excedentes, entre outras medidas de reforço de pessoal, após a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).
Como foi o último concurso
O último edital do então Departamento Penitenciário Nacional (hoje Senappen) ofereceu 309 vagas imediatas, sendo 294 para a antiga carreira de agente federal de execução penal (atual policial penal federal) e 15 para especialista. À época, não foi previsto cadastro de reserva, mas a validade foi prorrogada, o que possibilitou a convocação de excedentes.
A carreira de policial penal federal passou por reestruturação, substituindo formalmente o cargo de agente. Para os próximos editais, passou a ser exigido nível superior, mantendo-se a obrigatoriedade de CNH categoria B ou superior.
Etapas do concurso anterior
A seleção contou com:
- Prova objetiva;
- Prova discursiva;
- Teste de Aptidão Física (TAF);
- Avaliação médica;
- Avaliação psicológica;
- Investigação social.
As etapas ocorreram nas 26 capitais e nos municípios de Catanduvas (PR) e Mossoró (RN), onde há penitenciárias federais.
Estrutura das provas
Para a carreira de agente (atual policial penal federal), a prova objetiva cobrou:
- 30 itens de Conhecimentos Básicos (Língua Portuguesa, Ética no Serviço Público, Raciocínio Lógico, Informática);
- 50 de Conhecimentos Específicos (Noções de Direito Constitucional, Administrativo, Penal, Processual Penal, Direitos Humanos e Participação Social, Legislação Especial);
- 40 de Conhecimentos Complementares (Execução Penal e estrutura da área penal federal).
Para especialistas, a objetiva teve:
- 40 questões de Conhecimentos Básicos (Língua Portuguesa, Ética no Serviço Público, Noções de Direito Constitucional, Administrativo, Direitos Humanos e Participação Social);
- 50 de Conhecimentos Específicos (conforme a especialidade);
- 30 de Conhecimentos Complementares (Execução Penal e estrutura da área penal federal).
A prova discursiva consistiu em texto dissertativo de até 30 linhas sobre temas de Atualidades.


































