"Dentro da revolução inglesa do século XVII, que resultou no triunfo da ética protestante – a ideologia da classe proprietária – houve a ameaça de uma outra revolução, completamente diferente. Seu sucesso poderia ter estabelecido a propriedade comunal e uma democracia mais ampla, poderia ter derrubado a Igreja estatal e rejeitado a ética protestante. Os grupos radicais que apresentaram essas propostas (...) eram formados por homens e mulheres pobres, sem sofisticação ou educação, e talvez por isso, raramente suas opiniões foram consideradas a sério. Porém muitas de suas exigências, tradicionalmente descartadas como fantasias impraticáveis, aproximam-se do radicalismo próprio do nosso próprio tempo. O mundo de ponta-cabeça é um retrato não dá revolução burguesa que ocorreu na Inglaterra (...), mas sim dos impulsos para uma radical reviravolta da sociedade, violentamente desejada e temida."
Fonte: HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. São Paulo: Companhia dasLetras, 1987, contracapa.
Entre os grupos radicais a que o texto faz referência podemos incluir: